Estava procurando um anime bobinho de romance pra me distrair essa semana e chegou até mim algo chamado Rascal Does Not Dream of Bunny Girl Senpai (original japonês: Seishun Buta Yarou wa Bunny Girl Senpai no Yume wo Minai), que eu quase descartei só pelo nome, pra dizer a verdade rs. Em português seria algo como “Adolescente patife não sonha com garotas coelhinhas veteranas”. Contudo, dei uma chance, fui fisgada rapidamente e agora estou aqui para recomendar.
Nesse anime acompanhamos o colegial Sakuta Azusagawa, que é um personagem com um ótimo senso de humor ácido, não muito popular na escola e dono de um maravilhoso coração, apesar de ser um adolescente levemente pervertido (dai o patife). Ele encontra Mai Sakurajima em uma biblioteca, porém sob circunstâncias um tanto quanto estranhas: ela está vestida de coelhinha e aparenta estar invisível para todas as outras pessoas. Ahn? Calma que eu explico.
Neste universo, existe uma espécie de doença conhecida como “Síndrome da Adolescência”, que leva ao extremo dramas e problemas vivenciados por adolescentes e os transforma em verdadeiras ocorrências sobrenaturais, que interferem negativamente na vida dos personagens. Nos é apresentada toda uma justificativa de física quântica por trás disso, mas eu sinceramente não entendi muito haha.
Mai Sakurajima, por exemplo, era uma famosa atriz que deu um tempo na carreira após um evento traumático e desejou sumir dos holofotes, e assim acabou criando essa invisibilidade involuntária. Entre os outros casos bizarros que aparecem na história estão: a menina que se importa tanto com a opinião dos outros que acaba voltando no tempo para modificar os dias a seu gosto e manter a imagem perfeita; outra tão tímida e sem coragem de se expressar que acaba criando uma doppelganger para realizar seus desejos mais ousados; a que troca de corpo com a irmã por acreditar que a vida alheia é mais interessante, entre outras.
A síndrome mais chocante é a da irmã do protagonista, Kaede, que sofreu de cyber-bullying e teve os “machucados virtuais” transformados em reais: a cada novo ataque online, um hematoma ou corte real aparecia em seu corpo. Por conta disso ela se tornou totalmente reclusa e dependente da proteção de seu irmão Sakuta, que faz de tudo pelo bem de sua irmãzinha. O relacionamento deles é muito lindo de se ver.
Todos os casos de “Síndrome da Adolescência” têm alguma relação com medos, angústias ou ansiedades comumente vividos por jovens, o que achei bastante válido pois mostra – claro, com uma ajudinha do sobrenatural – como esses sentimentos podem se tornar um grande problema em suas vidas. E o mais interessante é que a cura para a síndrome é justamente compreender e lidar com o problema em questão. Alô, terapia? ;)
O anime de 13 episódios acaba sem explicar dois dos maiores plots, que têm a sua vez no filme “Rascal does not dream of a dreaming girl” (em japonês, Seishun Buta Yarō wa Yumemiru Shōjo no Yume wo Minai). E que filme, meus amigos! O desenvolvimento é completamente inesperado, surpreendente e emocionante! Quer romance? Toma! Quer tragédia? Toma! Quer esperança? Toma! Quer lição de moral? Toma! Quer plot twist do plot twist? Toma em dobro! Chegou uma hora que eu não sabia se estava chorando de emoção, tristeza ou felicidade. Fiquei de queixo caído mesmo. Não vou falar muito a respeito para não estragar a experiência de quem for assistir, mas wow. WOOOOOW!
A história é originalmente de uma light novel (romances ilustrados no estilo mangá) escrita por Hajime Kamoshida. O anime cobre os volumes 1 – 5 e o filme cobre os volumes 6 – 7. Atualmente a light novel conta com 10 volumes e contando, então quer dizer que tem mais história por vir! Infelizmente não encontrei para ler online, mas um dia quem sabe.
"A partir de agora, vou ter que enfrentar a atmosfera. A atmosfera que não se move, seja puxando, empurrando ou batendo. [...] É fácil ter um estilo de vida do tipo "siga o líder". Decidir se tudo é bom ou ruim por conta própria usa muita energia, e machuca se alguém nega algo que fazemos por vontade própria. Por outro lado, fazendo tudo como os outros, estará seguro e tranquilo e você pode deixar de ver algo que não quer enxergar, não precisa pensar em algo que não quer. Pode pensar que é problema dos outros. Mas isso não é razão para deixar alguém sofrendo, apenas porque todos fazem isso. Porque todos fazem isso, porque todos dizem isso... Isso não torna as coisas corretas. Aliás, quem são esses "todos"?"
P.S.: se você é daqueles que gosta de procurar dicas e possíveis spoilers na aberta/encerramento dos animes, esse é pra você ;P