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Gekkan Shoujo Nozaki-kun

Por em setembro 23, 2020

Meu problema com os animes e mangás sempre foi o clichê supremo que acaba por gerar uma falta de profundidade nos personagens, virando um grande repeteco eterno: tem a protagonista bonitinha e atrapalhada, o carinha bonitão e popular que ela gosta, a menina malvada, o triângulo amoroso... aaaaaaah!

Porééééém, claro que existem vários animes e mangás que fogem (parcial ou totalmente) dos clichês, e esses costumam ser os que realmente ganham minha atenção. Terminei de assistir Gekkan Shoujo Nozaki-kun (tradução livre: “Mangá para garotas mensal do Nozaki-kun”), na Netflix, e curti muuuuito! Dei bastante risada e já estou procurando o mangá para poder terminar a história o quanto antes. :)

A protagonista Chiyo decide se declarar para o colega de escola Nozaki, mas acaba se enrolando com as palavras por conta do nervosismo e diz que é “fã” dele. O que ela não sabia é que Nozaki é secretamente o autor de um mangá shoujo (para garotas, desses bobinhos, cheio de romance e coisas melosas) mensal e acaba contratando-a para ajudar na finalização de seu mangá, já que ela faz parte do clube de artes da escola e tem jeito para pintura. Outros colegas também estão envolvidos com o mangá – hora servindo de inspiração para personagens, hora ajudando na finalização – e o Nozaki, apesar de ser um autor shoujo, é um grande sem noção que sempre arruína as situações românticas/fofas que Chiyo imagina.

De longe, um dos pontos mais interessantes desse anime é que os personagens secundários não são plantas: pois é, eles têm personalidades distintas e storylines individuais! Que ousado, não? Acredito que a que mais me chamou atenção foi Kashima, que ocupa o papel do típico príncipe da escola – o cara perfeito, lindo e popular pelo qual todas as garotas são apaixonadas... só que Kashima é, na verdade, uma garota folgada que está sempre fugindo das suas responsabilidades!

Além dela, outro personagem que eu gostei muito é o Mikoshiba, que tem aquela pinta de bonitão sedutor mas na verdade é um otaku super tímido e inseguro! Ele também serve como inspiração para a protagonista feminina do mangá do Nozaki, tirando sarro desse clichê de “garotinha fofa e tímida” e lembrando que meninos podem, sim, ser sensíveis.

Outra coisa que achei muito legal foi que mostra um pouco dos “bastidores” da produção de um mangá de verdade, trazendo inclusive muitas cenas dos os personagens desenhando (wow, so meta).

Esse anime brinca justamente com a ideia dos clichês em mangá shoujo, mostrando como a vida real é diferente da ficção – e, graças a deus, bem menos piegas. Lógico que ele traz alguns clichês, mas é justamente por brincar com eles e acabar mudando o desfecho esperado que eu curti tanto! Aliás, ultimamente venho percebido que gosto quando uma série/filme termina de um jeito inesperado... eu meio que gosto da quebra de expectativa, eu acho? Gera uma frustração leve que acaba trazendo consigo uma reflexão.

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