extraordinário

Wonder

Por em junho 09, 2017

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Eu acabei de terminar o livro Wonder, de R.J. Palacio, que eu comprei numa promoção da Target em 2014 quando eu fui pros Estados Unidos. Eu lembro de ver ele na prateleira com 30% de desconto, achar a capa bonita, e colocá-lo no meu carrinho de compras.

Assim que eu voltei pra casa naquele ano, o livro foi direto para minha estante e em minha vida se iniciou um período muito louco que eu carinhosamente denominei “Inferno do TCC”. Depois do inferno do TCC, já em 2016, começou o período que eu denominei “Auto depreciação hardcore”. Digamos que eu ter sobrevivido aqueles meses já conta como uma vitória.

Ainda em 2016 passei por mais alguns períodos – bons, muito bons e ruins – e, enfim, começou 2017. Não vou dizer que tem sido um ano perfeito, mas tem sido muito bom. Eu estou mudando, me renovando. E essa renovação me levou a olhar para minha estante com novos olhos e ver aquele livro de capa azul que tanto me chamou a atenção alguns anos mais cedo, e então eu o abri.

Desde as primeiras páginas eu sabia que estava apaixonada. Em apenas um dia, eu já tinha lido 250 páginas (em inglês!), o que o skoob identificou como 70% do livro. Isso é muito rápido, cara.

A lista de motivos pelos quais eu gostei do livro vai longe: a história. Os personagens. A escrita. As referências. A sensibilidade. O desenvolvimento. Tudo. Simplesmente houve uma conexão instantânea.

Abaixo, a sinopse oficial.

“August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade - até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente - convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.”

Ah, então é um livro sobre bullying?
O livro fala, sim, sobre bullying, mas não é sobre isso. É sobre auto-aceitação, é sobre os defeitos que nos fazem humanos, é sobre a vontade de querer mudar, de ser melhor. É um livro sobre bondade, que levanta questões relevantes sobre quem somos e trata de assuntos delicados do cotidiano de uma maneira tão verdadeira e sensível que faz você sentir como se estivesse experenciando tudo aquilo.

"When given the choice between being right or being kind, choose kind”
- Dr. Wayne W. Dyer

O livro é separados em capítulos e sub-capítulos, com o narrador (em primeira pessoa) mudando a cada capítulo, permitindo que vejamos diferentes lados da mesma história. Você realmente sente o narrador mudar pelo estilo da escrita, e com o passar das páginas, o sente mudando, se desenvolvendo – crescendo.

Eu realmente não sou a melhor pessoa para escrever uma review, mas gostei tanto, tanto desse livro, que precisava escrever sobre ele. Mesmo que o que eu esteja escrevendo não faça o menor sentido para mais ninguém rs.

Gostaria de apontar algumas partes do livro que me tocaram ou fizeram com que eu refletisse, e por isso contém *spoilers*:

  • Eu amo que o August não descreve o próprio rosto, mas sua irmã, Via, dá uma descrição detalhada. Não sei explicar bem o motivo, mas isso foi bastante significativo para mim.
  • Cada personagem é guiado por suas próprias motivações e enfrenta seus próprios demônios. Como na vida real, não é tudo centralizado em uma única pessoa e – mais importante – ninguém é perfeito.
  • Os eventos acontecem sem aviso prévio, como na vida. A passagem em que a cachorra da família, Daisy, morre, me fez chorar. A partir dai senti que August começou a crescer muito como pessoa e deixou de ser uma criançinha aterrorizada.
  • A mãe de Julian é, infelizmente, como muitas mães de verdade por aí. Ela não quer, necessariamente, mal a ninguém – ela só quer proteger o filho dela. A qualquer custo. Ela vê o seu filho como sendo mais importante que todas as outras crianças, e fará de tudo para que ele viva numa utopia de felicidade. Falta empatia, mas isso não significa que ela seja uma pessoa ruim.
  • O capítulo de Julian, quando ele houve a história de sua avó e finalmente entende que ele estava errado, é simplesmente fenomenal. Muuuuito melhor do que se ele tivesse simplesmente “se arrependido” depois de ter levado broncas dos adultos. Ele é uma criança, um ser humano, e ele errou. O importante é que ele entendeu esse erro e aprendeu com ele. “Sometimes it’s good to start over”.
  • Só uma pequena observação que me divertiu: o nome do protagonista, do avô dele, e do menino que salvou a vida da avó do Julian são o mesmo, só que em línguas diferentes ;)

E….sei lá, leiam. Só leiam. É lindo. Esse ano vai sair um filme inspirado no livro, mas pelo o que eu vi no trailer, apesar de prometer ser bom, vai mudar muitas coisas que fizeram dessa uma história tão especial para mim.

P.S.: o nome do livro em português é Extraordinário

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